HOBSBAWN, Eric J. A era dos impérios: 1875-1914. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988. Capítulo 2.
Universidade Federal do Tocantins
Curso de História
História Contemporânea II
Bruno Mendes de Jesus
No capítulo 2 de “A era dos impérios”, Eric J. Hobsbawm vai destacar o cenário econômico mundial do período compreendido entre os anos de 1875 e 1974. Como é de conhecimento geral, o mundo passou por uma Grande Depressão econômica nos anos 1870, depressão esta que só veio a ser superada em meados da década de 1890 até o começo da Primeira Guerra Mundial. Hobsbawm vai apontar as causas e as principais características dessa crise econômica bem como apontar como o capitalismo conseguiu sair desta profunda depressão. Hobsbawm vai descrever que, embora o ritmo comercial, que configura o ritmo básico de uma economia capitalista, tenha, por certo, gerado algumas depressões agudas no período entre 1873 e meados dos anos 1890, a produção mundial, longe de estagnar, continuou a aumentar acentuadamente. Foi exatamente nessas décadas que as economias mundiais industriais americana e alemã avançaram a passos agigantados e que a revolução industrial se estendeu a novos países, como a Suécia e a Rússia. Automaticamente, uma indagação vem à mente de Hobsbawm: a de se em um período com um aumento tão espetacular da produção podia ser descrito como uma “Grande Depressão”? A resposta, como veremos, é afirmativa, pois o aumento da produção não significa, necessariamente, aumento do desenvolvimento econômico. Quanto aos economistas e empresários, o que preocupava até os de mentalidade menos apocalíptica era a prolongada depressão de preços, uma depressão de juros e uma depressão de lucros. Em suma, após o colapso reconhecidamente drástico dos anos 1870 o que estava em questão não era a produção, mas sua lucratividade. A produção aumentou, mas a lucratividade, pelo contrário, diminuiu. A agricultura foi a vítima mais espetacular desse declínio dos lucros. O setor empresarial tinha