Economia Brasileira - O Milagre Brasileiro: Auge e Crise

Capítulo 9 Livro Economia Brasileira – O Milagre Brasileiro: Auge e Crise

Os anos 50 a meados dos anos 70 ficaram conhecidos mundialmente como os trinta anos gloriosos da economia capitalista. Nos anos 50 iniciou-se na Alemanha e no Japão e nos anos 60, a Espanha estava inserida nesse crescimento. O Brasil adentrou esse posto de forma mais acentuada no final de 1960, a partir da recuperação do crescimento econômico no final de 1967. A partir desse ano, Costa e Silva iniciou seu governo com uma equipe econômica liderada por Antonio Delfim Netto, que foi responsável durante o período da Junta Militar e durante o governo do general Médici. Ele assumiu a direção e tinha como meta diminuir a inflação. Para isso, seria fundamental a adoção de uma política monetária expansiva e que houvesse aumento no crédito ao setor privado, o que estimularia a produção para os mercados interno e externo. Mais uma vez, os setores de bens de consumo duráveis e bens de capital dominavam o ciclo de crescimento, manteve-se a mesma matriz de crescimento implantada durante o Plano de Metas e aumentaram as importações de 5,4 para 8,6%. Enquanto isso, as exportações dobraram e permitiram que a balança comercial se equilibrasse. Porém, um fator que continuava crescendo era o endividamento externo, que é uma das consequências das relações econômicas do país com o resto do mundo. O Brasil tinha um déficit de US$ 2 bilhões. A única explicação para o extraordinário crescimento da dívida externa ao longo do milagre seria de origem financeira: o excesso de liquidez internacional diminuiu as taxas reais de juros, tornando os empréstimos atraentes. O grande crescimento que houve durante o milagre trouxe benefícios para as classes de maior renda, incluindo também a classe média assalariada como economistas, engenheiros, administradores e analistas de sistemas, por exemplo. Segundo dados da Dieese, em São Paulo, o salário mínimo real teve uma perda de 22,2% de seu poder de compra em 1969.