Emílio Garrastazu
Dois tópicos marcaram o governo do general Médici: no campo econômico, o progresso que o país avançou, permitindo ao regime conquistar seus maiores índices de popularidade. Por outro lado, a repressão aos opositores era cada vez mais intensa, em todos os aspectos, atingindo até mesmo a carta magna.
O chamado “milagre brasileiro” se deu a partir de uma conjuntura internacional favorável, onde uma expansão inédita da economia brasileira proporciona alguma melhora na vida do brasileiro médio. Esse “milagre” ficava expresso no crescimento do PIB, na estabilização dos índices inflacionários, da indústria, do emprego e do mercado interno.
No governo Médici, testemunhamos o auge das grandes obras do regime militar. Como exemplo, temos o Plano de Integração Nacional, que previa a construção das rodovias Transamazônica, Cuiabá-Santarém e Manaus-Porto Velho. Em 1972 era inaugurada a refinaria de petróleo de Paulínia, em São Paulo, a maior do país. Em 1973, o Brasil assinou dois importantes acordos: com o Paraguai, para a construção da usina hidrelétrica de Itaipu. No ano seguinte, foi inaugurada a maior usina hidrelétrica da América do Sul, na Ilha Solteira, e a ponte Presidente Costa e Silva, ligando o Rio de Janeiro a Niterói; com a Bolívia era assinado o acordo para a construção de um gasoduto entre Santa Cruz de la Sierra e Paulínia.
Com o novo presidente entrara em vigor a emenda constitucional nº 1 (também conhecida como Constituição de 1969) que praticamente reescrevia a constituição de 1967, incorporando as medidas