Ec bahia
A Belle-Époque, ou Belos Tempos, de acordo com Sevcenko (1998), pode ser considerado o período no qual foram introduzidos no Brasil
[...] novos padrões de consumo instigados por uma nascente, mas agressiva onda publicitária, além desse extraordinário dínamo cultural representado pela interação entre as modernas revistas ilustradas, a difusão das práticas desportivas, a criação do mercado fonográfico voltado para as músicas ritmadas e danças sensuais e, por último, mas não menos importante, a popularização do cinema (SEVCENKO, 1998, p.37).
Há de se pontuar também que, nessa época, havia a ideia de inserir o Brasil no contexto da modernização, formando elites com pensamento científico-cosmopolita. Além da mudança do regime político brasileiro, do Império para a República, houve a integração do País aos novos termos da gestação internacional do capitalismo. Enfim, eram tempos de prosperidade na ordem econômica global que buscava o progresso (SEVCENKO, 1998). Essa transformação ocorreu principalmente nas cidades, as quais iam adquirindo uma paisagem mais urbana via imigrantes e representantes da elite 21 que mudavam do campo para a cidade. Assim, as cidades iam trocando sua aparência paroquial para uma atmosfera cosmopolita e metropolitana (MALUF, MOTT, 1998). Essa nova dinâmica social propiciou uma série de mudanças no comportamento feminino (e masculino). No entanto, além das modificações, mantiveram-se alguns costumes. Nesse sentido, fortes eram os discursos que buscavam uma corrosão da ordem social e quebra dos costumes via inovação da rotina das mulheres. Entretanto, mais fortes eram os discursos que cristalizavam determinados tipos de comportamentos femininos, convertendo-os em rígidos