Duval
“REGISTROS DE REPRESENTAÇÕES SEMIÓTICAS E FUNCIONAMENTO COGNITIVO DA COMPREENSÃO EM MATEMÁTICA (CAP. 1 E 2)”, DE RAYMOND DUVAL.
Por Ângela Mª dos Santos
Em seu texto, Duval discorre sobre as dificuldades enfrentadas pelos estudantes durante a aprendizagem e que estão evidenciadas em diferentes contextos da literatura em Educação Matemática. Afirma que há dois tipos de transformações de representações semióticas diferentes: os tratamentos e as conversões. Para Duval, os tratamentos são transformações de representações dentro de um mesmo registro, e as conversões são transformações de representações que mudam de registro porém, conservando a referência aos mesmos objetos, considerando a conversão das representações, quaisquer que sejam os registros considerados, irredutível a um tratamento, pois, realizar a conversão não é simplesmente traduzir, por trás de uma regra de codificação há a articulação entre as várias cognitivas que são específicas do funcionamento de cada um dos registros.
Duval ainda afirma que, há dois tipos de fenômenos que podem ser observados a respeito de qualquer operação de conversão: as variações de congruência e não congruência e a heterogeneidade dos dois sentidos de conversão. Quanto às variações de congruência e de não congruência, duas situações podem ocorrer: ou a representação terminal transparece na representação de saída e a conversão está próxima de uma situação de simples “codificação” (há congruência), ou ela não transparece absolutamente na representação de saída (ocorre não congruência). Segundo ele, isto diz respeito à comparação entre o registro de chegada e o de partida, e o da heterogeneidade dos dois sentidos de conversão, no qual nem sempre a conversão se efetua quando se invertem os registros de partida e chegada.
O autor finaliza o capítulo, afirmando que no ensino um sentido de conversão é privilegiado, pela ideia de que o treinamento efetuado num sentido estaria automaticamente