Duas frentes para no problema do café
Ignácio Rangel
O autor inicia seu texto com a seguinte frase:
“Encarado sob o ponto de vista econômico, não é segredo para ninguém que temos que trabalhar pelo melhoramento da posição estatística do produto e que isso pode e deve-se fazer através do aumento das vendas e da redução da produção, simultaneamente” (p. 171).
Para explicar esse trecho o autor fala que enquanto abordarmos esse tema como um problema puramente econômico não terá uma solução. Segundo Ignácio, devemos formular esse tema como um problema puramente político, isto é, “suprir as condições de abertura de novos mercados” (p.172) o que envolve a introdução de novas formas de comercio exterior.
Essa procura por novos mercados deve-se a muitos motivos, inclusive o preço que chega ao consumidor final. Esse preço final depende da adição de impostos e fixação de um lucro comercial (no caso de países socialistas) e esses impostos e lucros são estipulados como únicas (ou principais), “para que não resulte em uma procura que não possa ser coberta pelas importações do Estado”.
Já sobre a redução da produção o autor diz que: “depende do enquadramento institucional da matéria quando encarada do ponto de vista da União Federal”, pois é esta quem suporta os encargos criados pela superprodução.
“... a União Federal não é livre na fixação de sua política cafeeira” (p. 172), segundo o autor ela sofre pressão de duas instâncias de voz: os governos estaduais e as coletividades de produtores. Existe uma política a ser seguida, capaz de limitar a produção, porém só pode ser estabelecida se essas instâncias estiverem interessadas ou neutralizadas.
Mesmo que a União Federal fosse livre para determinar o preço final estaria impotente porque o café é uma cultura perene e os custos marginais variam muito entre as diversas regiões (p.173).
O que dá um caráter político ao problema é a possibilidade de um pacto entre a União e os estados produtores, capaz de imobilizar as variáveis: