Drogas
-Aspectos Físico-Químicos
A fumaça do cigarro é uma mistura contendo aproximadamente 4.720 substâncias tóxicas diferentes, constituindo-se de duas fases fundamentais, a saber. A fase particulada, que é composta de nicotina e alcatrão, e, a fase gasosa, que é composta, entre outros elementos, por monóxido de carbono, amônia, cetonas, formaldeído, acetaldeído, acroleína. A fórmula molecular da nicotina, C10 H14 N2, data de 1843, sendo que a primeira síntese em laboratório ocorreu em 1904. No entanto, desde 1690, na França, a nicotina já era conhecida e era usada como inseticida na agricultura (inseticida de contato, de ingestão e fumigante). A nicotina é considerada pela Organização Mundial da Saúde/OMS uma droga psicoativa, capaz portanto de causar dependência. Por esta razão o tabagismo é classificado como doença e vem inserida no Código Internacional de Doenças (CID-10) no grupo de transtornos mentais e de comportamento. Além disso, a nicotina, por conta do efeito de aumentar a liberação de catecolaminas que gera, causa vasoconstrição, acelerando a freqüência cardíaca, dando azo à hipertensão arterial e provocando assim uma maior adesividade plaquetária. Ela e o monóxido de carbono juntos provocam diversas doenças cardiovasculares, além ainda de estimular no aparelho gastrintestinal o aumento da produção de ácido clorídrico, o que pode redundar no surgimento de úlcera gástrica. Ela desencadeia também a liberação de substâncias quimiotóxicas no pulmão, que estimulará o processo de destruição da elastina, provocando o enfisema pulmonar. O alcatrão, por seu turno, é todo produto da queima de um composto natural. Ele não é uma substância em si mesmo. Ao se queimar, v.g., um pé de couve, ao final o que se obterá é uma espécie de alcatrão. Já o alcatrão formado a partir da combustão dos derivados do tabaco é um composto com mais de 40 substâncias comprovadamente cancerígenas, tais como, o arsênio, o níquel, o benzopireno, o