Drogas na Familia.
Ao referir-se às drogas, lícitas ou ilícitas, é quase automático mencionar os inúmeros efeitos e reações delas no organismo. É possível listar as mais diversas implicações que cada uma dessas substâncias acarreta ao Sistema Nervoso Central e todos os malefícios específicos em cada órgão do corpo humano.
Mas hoje, gostaria de tratar de um assunto tão relevante quanto o efeito das drogas no organismo: trata-se do efeito das drogas na FAMÍLIA.
Não há como falar do usuário de drogas ou do dependente químico em recuperação, sem atentar para a família deste individuo.
Ao optar por reunir-se com os “amigos” para usar, ou simplesmente perambular pelas ruas atrás de sua droga de preferência, o usuário, despido de qualquer noção de dignidade ou de exposição, carrega consigo o pai, a mãe, a esposa e, possivelmente, mais um ou dois parentes próximos. Evidentemente, não me refiro ao sentido literal da palavra. Refiro-me sim, ao fato destes familiares, muitas vezes, ficarem expostos como o próprio usuário fica, de terem perdas como eles têm, de correrem riscos e de ficarem vulneráveis como eles ficam e de adoecerem, até mesmo cronicamente, como eles adoecem.
Muitas vezes, sentindo-se impotente, a família não sabe como reagir, não sabe o que sentir e acaba perdendo o controle junto com o usuário.
Não são raras as vezes em que somos procurados por famílias inteiras abatidas, debilitadas emocional e fisicamente, magoadas, ressentidas, assustadas, consumidas em todos os sentidos, solitárias, esgotadas em suas emoções e até em suas finanças por causa da dependência de um ente querido. Para muitas destas famílias resta apenas um pouco de esperança em ter de volta o seu familiar em sua essência verdadeira.
Os apavora assistir e sentir toda a compulsão pelo uso do individuo e, ainda que não perambulem pelas ruas como ele e ainda que não tenham nenhum prazer no uso, a família sabe bem o que a espera depois deste efeito e sabe que não pode fugir das conseqüências