Doutor
Mateus Rezende de Andrade
Mestrando em História
Programa de Pós Graduação em História
Universidade Federal de Minas Gerais
O compadrio não é um tema recente na historiografia brasileira. Muitos autores têm se debruçado sobre os mecanismos que regem esta prática social e religiosa. Contudo, poucos ou nenhum deram o devido valor a esta prática como delimitada por um espaço ou mesmo conformando um espaço. Assim, este texto pretende tecer algumas reflexões sobre as possibilidades de pesquisa que nos foram abertas com os usos das ferramentas do ArcGis e dos conceitos e teorias da chamada história do espaço.
Nosso projeto de mestrado tem por título, ainda provisório, “Patronagem e Parentesco Espiritual: Análise de Redes Sociais estabelecidas no sacramento batismal, Freguesia de Guarapiranga, século XIX.” De um modo geral, nossa pesquisa consiste em compreender como funcionavam os mecanismos de distinção social naquela sociedade da zona da mata mineira, para tanto, recorremos aos registros paroquiais de batismo e buscamos ver como o ‘sacramento do batismo’ articula alianças sociais, econômicas e políticas? Que mecanismos de cooptação ou exclusão social se podem observar por meio da análise do compadrio?
O tema central desta pesquisa é a dinâmica do compadrio na Freguesia de Guarapiranga. Propomo-nos a uma análise dos laços sociais estabelecidos através do ‘sacramento do batismo’ pelos membros da elite daquela localidade. Buscamos analisar que estratégias governavam as escolhas de padrinhos e afilhados pelos membros da elite, no esforço de compreender as relações sociais e de poder entre pessoas e estratos sociais, bem como o funcionamento de certas redes sociais estabelecidas e reproduzidas ao longo dos anos.
Com a leitura de alguns textos base1 logo nos surgiu uma reflexão em cima de uma possível espacialização da prática do compadrio. Primeiramente cabem aqui os postulados de Henri Lefebvre, sociólogo eminentemente marxista