Doutor
O termo DM é uma patologia multissistêmica descrevendo um grupo de doenças metabólicas de múltipla etiologia, caracterizado por hiperglicemia crônica, com alterações do metabolismo dos hidratos de carbono, gorduras e proteínas. Deve-se, sobretudo, à deficiente ação da insulina nos tecidos alvos e/ou a secreção deficiente de insulina no sangue. Os efeitos da hiperglicemia crônica do DM incluem lesão, disfunção e falência de vários órgãos. A doença pode apresentar-se classicamente com os sintomas característicos de poliúria, polidipsia, visão turva, polifagia e emagrecimento. Nas suas formas mais agudas pode surgir um estado de cetoacidose ou de hiperosmolaridade não-cetótica, conduzindo ao estupor, coma e, na ausência de tratamento eficaz, à morte. Os efeitos tardios do diabetes incluem o desenvolvimento progressivo das complicações específicas da retinopatia, com potencial amaurose; nefropatia, com alterações glomerulares e tubulares que podem conduzir à falência renal; neuropatias e vasculopatias com risco de úlceras dos pés, amputações, deformidades articulares (artropatia de Charcot) e aspectos de disfunção autonômica, incluindo sintomas gastrintestinais, geniturinários, cardiovasculares e disfunção sexual.
Dentre todas as alterações, a polineuropatia sensitivo-motora tem importância fundamental, devido ao fato de que, a sua cronicidade e progressão, levarão inexoravelmente o paciente com diabetes a ser portador do temido pé diabético. Dentre os 40 pacientes submetidos ao teste de monofilamento, sendo 16 do sexo masculino e 24 do sexo feminino, encontrou-se uma prevalência de alterações compatíveis com o déficit sensitivo em homens de 12,50% (predominando indivíduos de 64 anos), enquanto em mulheres encontrou-se em 22,50% (predomínio de indivíduos de 61 anos), mostrando um acometimento maior em mulheres no início da 7ª década. Estratificando por faixas etárias (A = menores de 30 anos; B = entre 30 e 49 anos, inclusive; C = entre 50 e 59 anos,