Doutor
THE AUTO(DE)CONSTITUTION’S TRAVEL BY THE DRUMMONDIANA'S POETIC SCRIPTURE
Adriana Albano (UNESP)1
RESUMO: Esse trabalho pretende estudar o processo de (des)constituição da subjetividade poética em alguns poemas memorialistas de Carlos Drummond de Andrade. Utilizaremos os fundamentos teóricos de Jacques Derrida acerca das características do texto autobiográfico, sua possibilidade de articular as vivências pretéritas do sujeito como forma de desprendimento de si mesmo em busca de uma auto-avaliação que proporcione a viagem de autoconhecimento.
PALAVRAS-CHAVE: Memória. Drummond. Viagem. Subjetividade.
ABSTRACT: This work intends to study the (de)constitution process of the poetic subjectivity in some memoirists poems of Carlos Drummond de Andrade. We will use theoretical fundamentals of Jacques Derrida about the characteristics of the autobiographical text and its ability to articulate the subject preterit experiences as form of detachment from himself in search of an self-assessment that provides the self-knowledge travel.
KEYWORDS: Memory. Drummond. Travel. Subjectivity.
1. A (des)semelhança como processo de viagem da subjetividade
O discurso poético drummondiano assume, desde o início, o lugar de si: abre a “histórica literária” em Alguma poesia com a voz ordenando: “Vai, Carlos, ser gauche na vida”. O “anjo torto que vive nas sombras” dá início à viagem poética do mesmo modo que as autobiografias quando partem do acontecimento do nascimento. Na poética do itabirano, o nascimento é alegoricamente profetizado pelo “anjo torto”, que no contexto mineiro é reconhecidamente “O Torto”, anjo mau. Todavia, desde os primeiros livros até os Boitempos, é um anjo desajustado e não mau que apresenta sua incompatibilidade com o meio na tentativa de interpretação do “estar-no-mundo”. A significação do impasse, da travessia desviada e da marca do “esquerdo”, também