Doutor
Introdução
Este artigo trata dos resultados de uma pesquisa de pós-doutoramento, que teve por objetivo acompanhar o processo de constituição, articulação e consolidação de uma rede de sujeitos individuais e coletivos, que se empenharam no apoio à luta promovida pelo MOVIMENTO AMBIENTALISTA DE ANCHIETA – MAA contra a instalação de grandes projetos de implantação de siderúrgicas nesse município.
Justificativa
Quem leu a página do jornal online Séculodiário.com (um periódico identificado como aliado do MAA) em 31 de janeiro de 2013 e, que teve como manchete “Agora é oficial: Vale desiste da Companhia Siderúrgica de Ubu: comemorada por movimentos, decisão partiu da falta de um sócio para o empreendimento” 1, não faz ideia do processo singular de luta de classes que ultrapassou as tradicionais fronteira teóricas e escalas de espaço-tempo para enquadramento desse movimento. E uma matéria jornalística que, por definição será incapaz de reproduzir com fidelidade ao leitor o real significado dessa luta, agora vitoriosa, especialmente para aqueles que participaram da rede de sujeitos coletivizados pelo Movimento Ambientalista de Anchieta – MAA. Na verdade, é um momento de rara conquista social na luta contra o capital transnacional no exato instante em que o capital dito “globalizado” sinaliza sua crise estrutural e, ao mesmo tempo, sua face mais destrutiva e dramática do ponto de vista socioambiental não só no Brasil como em todos os continentes.
Na verdade, o que justifica dar visibilidade aos resultados da pesquisa em tela é ampliar o feixe de luz que emana desse fato de Anchieta. Evidentemente que não se trata de um fato isolado, mas seguramente a pesquisa contribui para revelar a particularidade de um processo de luta social contemporânea que contém a força de um farol apontado para o futuro das lutas sociais