Dos preconceitos contra o ensino de arte: reflexos negativos do passado
Jailton Santoz
“Arte na educação não é mero exercício escolar.” Ana Mae Barbosa
A intenção desta discussão é gerar reflexão, cognição e a busca da resposta para as visões e perguntas mais frequentes sobre a disciplina de Arte em se tratando de sua finalidade e importância na educação escolar, mais precisamente quando um aluno pergunta: “Pra que estudar arte? A gente vai desenhar ou pintar hoje? Em meados do século XIX, por volta do ano de 1854 o ensino de arte resumia-se a uma simples atividade escolar. Os gestores e professores das escolas tradicionais consideravam o trabalho em arte como o momento do lazer, o momento do “recreio”, tempo em que os professores responsáveis por determinadas turmas acompanhavam os alunos com noções de música, canto, desenho e trabalhos manuais sem interferir no trabalho dos alunos, sem dar se quer nenhum ponto de partida com a explicação
técnica dos materiais, ou mesmo a explicação de qual seria o objetivo do exercício, ou seja, a intenção era que os alunos se expressassem livremente, sendo que desta forma a produção em arte se tornava vazia e sem nenhuma proposta significativa. Anos depois, no início do século XX, configuram-se na estrutura curricular das escolas primárias e secundárias as disciplinas de Desenho, Atividades Manuais, Música e Canto Orfeônico, passando a ter política educacional e ganhando participação na estrutura curricular, porem conduzida por professores sem formação adequada ou então por artistas sem nenhuma formação acadêmica e noções didáticas, por haver pouquíssimas instituições superiores com cursos da área até a década de 60. A prática pedagógica em Arte se baseava em modelos de culturas dominantes, cópias e reproduções de trabalhos artísticos que eram considerados belo. Visão fragmentada que privilegiava tão somente a estética dos trabalhos, ou seja, o olhar para o “belo” da época, acarretando assim uma produção