dominios da historia
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TEOLOGIA
MARIA ROSA SOSA IGLESIAS
O JEJUM QUE IAHWEH QUER: ANÁLISE EXEGÉTICA DE ISAÍAS 58.1-14
São Leopoldo
2012
MARIA ROSA SOSA IGLESIAS
O JEJUM QUE IAHWEH QUER: ANÁLISE EXEGÉTICA DE ISAÍAS 58.1-14
Dissertação de Mestrado
Para obtenção do grau de
Mestre em Teologia
Escola Superior de Teologia
Programa de Pós-Graduação
Área de Concentração: Teologia Bíblica
Orientador: Prof. Dr. Carlos Arthur Dreher
São Leopoldo
2012
RESUMO
Uma análise exegética do texto de Isaías 58.1-14 que tem como tema central o jejum, buscando conhecer quem é Iahweh para este profeta. A primeira parte aborda a origem do jejum e a sua prática até os dias contemporâneos no judaísmo. Compreende-se que a prática do jejum está presente no povo de Israel, desde antes da entrada na terra de Canaã e tem sua origem nos cultos funerários cananeus, onde se jejuava para evitar que o espírito dos mortos entrasse nos alimentos. Visam-se diferentes releituras em cada tempo histórico. O termo hebraico a$F (jejum) abrange um conjunto de ritos, como por exemplo: colocar cinza na cabeça; deitar sobre pano de saco e cinza; sacrifícios de animais e orações de lamentação. Na época do primeiro e segundo templo, o jejum era realizado pelo povo no dia das expiações, isto é, o dia em que o sumo sacerdote entrava no santo dos santos para pedir a expiação de seus pecados e os do povo. O significado do jejum é um ato de auto-humilhação da pessoa ou da comunidade que reconhece suas próprias culpas e quer obter de Iahweh alguma concessão. No judaísmo atual, este dia das expiações é o Yom Kippur, dia de expiação dos pecados, dia de jejum por excelência. Na segunda parte, a tradução do hebraico mostra que o profeta coloca na boca do povo uma queixa: “por que jejuamos e não vês?” (Is
58.3a). O verdadeiro jejum é um dia agradável a Iahweh e não um dia de autossatisfação como estava acontecendo entre este povo.