Dominação no sertão sergipano
Este trabalho tem por finalidade apresentar como se comportava a família brasileira e o seu relacionamento com o poder, através do qual foi utilizado modelo patriarcal como forma de dominação, sendo a família Rabello analisada por meio de pesquisa bibliográfica, e que metodologicamente foram utilizadas algumas entrevistas que mostraram as ações de mando no povoado Gameleiro, em Carira/SE, entre a década de oitenta do século XIX e a década de vinte do século XX, tornando-se carrascos e vítimas.
Palavras - chave: família, Rabêllos, dominação, política, patriarcal
1 INTRODUÇÃO
Este estudo refere-se às ações de mando no interior sergipano, na povoação do Gameleiro, hoje situado no município de Carira/SE. Para isto escolhemos uma família com destaque político regional em uma povoação distante dos centros urbanos, onde seus feitos são lembrados na memória da população. Falamos na memória, mas na memória daquelas pessoas idosas que lembram coisas de mais de cinqüenta anos do ocorrido, mas não lembram o que fizeram na semana passada, e necessitam fazer uso do passado para descrever as suas ações da mocidade, sendo um caminho para reviver os tempos de outrora, trazidos em lembranças que para elas aconteceram ontem.
Memória constitui, por definição, uma faculdade humana, encarregada de reter conhecimentos adquiridos previamente. Seu objeto é um “antes” experimentado pelo indivíduo, que o armazena em algum lugar do cérebro, recorrendo a ele quando necessário. Esse objeto pode ter valor sentimental, intelectual ou profissional, de modo que a memória pode remeter a uma lembrança ou recordação; mas não se limita a isso, porque compete àquela faculdade o acúmulo de um determinado saber, a que se recorre quando necessário. (ZILBERMAM, 2006 p. 117)
Ao tentarmos resgatar as histórias de dominação em pequenas localidades sergipanas nos deparamos ainda com o medo, a desconfiança e a irritabilidade dos moradores da região a ser