Dogmatismo, ceticismo e criticismo
Uma doutrina é dogmática quando defende a possibilidade de atingirmos a verdade. Essa interpretação pode seguir duas variantes:
Dogmatismo ingênuo – tendência predominante nas possibilidades do nosso conhecimento. Não vê problema na relação sujeito conhecedor e o objeto conhecido. Crê que, sem grandes dificuldades, percebemos o mundo tal qual ele é;
Dogmatismo crítico - tendência que defende nossa capacidade de conhecer a verdade mediante um esforço conjugado de nossos sentidos e de nossa inteligência. Assim, confia que, por meio de um trabalho metódico, racional e cientifico, o ser humano torna-se capaz de conhecer a realidade do mundo.
Ceticismo
Uma doutrina é cética quando duvida ou nega a possibilidade de conhecermos a verdade. Essa interpretação também pode seguir duas vertentes básicas, uma absoluta e outra relativa. Vejamos cada uma:
Ceticismo absoluto
Muitos consideram o filósofo grego Górgias (c. 485-380 a.C) o pai do ceticismo absoluto. Ele defendia as seguintes ideias: o ser não existe; se existisse, não poderíamos conhecê-lo; e se pudéssemos conhecê-lo, não poderíamos comunicá-lo aos outros. Outros estudiosos apontam o filósofo grego Pirro (365-275 a.C) como fundador do ceticismo de pirronismo.
Pirro afirmava ser impossível ao ser humano conhecer a verdade devido a duas fontes principais de erro:
Os sentidos – dizia o filósofo que nossos conhecimentos são provenientes dos sentidos (visão, audição, olfato, tato, paladar), mas estes não são dignos de confiança, pois podem nos induzir ao erro;
A razão – explicava Pirro que as diferentes e contraditórias opiniões manifestadas pelas pessoas sobre os mesmos assuntos revelam os limites de nossa inteligência. Jamais alcançaremos certeza de qualquer coisa.
O ceticismo absoluto despertou muita oposição. Seus críticos consideram-no uma doutrina radical, estéril e contraditória. Radical porque nega totalmente a possibilidade de conhecer. Estéril porque não leva a nada. Contraditória