relativismo criticismo ceticismo dogmatismo
Na semana passada ele estreou um novo programa de TV do canal Globonews e o fez com aquela inteligência, disposição e sentido de urgência que todo o Brasil já conhece. E não deixou por menos: o primeiro programa foi dedicado aos dez dias que rodou o Maranhão e o Amapá para examinar como pessoas se viram para minimizar o caos que é a saúde pública no país. Ele mostrou que, além da falta de médicos, equipamentos e gestão, hospitais e laboratórios, o desvio de dinheiro público é um problema comum no Brasil. Só no Amapá, quatro secretários de saúde já foram presos, acusados de corrupção.
No mesmo final de semana li e reli sua entrevista à Época, de leitura obrigatória.
zzzzzgabeiraCheguei a uma conclusão: Gabeira não aposentou as armas ao decidir não se candidatar a mais nada. Apenas ocupou nova trincheira – o retorno ao jornalismo – para travar a boa batalha: a defesa da democracia e do humanismo do século XXI, com sua agenda que envolve todo o planeta e é suprapartidária.
Desde o exílio, o bom guerreiro tem sido uma usina de idéias, na qual não há espaço para o dogmatismo. Menos ainda para concepções arcaicas.
Quando grande parte de seus antigos companheiros (na cadeia, no exílio ou na clandestinidade) ainda se apegava ao culto da luta armada, Gabeira já achava que o caminho para a superação da ditadura não era por aí.
No exílio, onde foi jardineiro de cemitério, porteiro de hotel e condutor de metrô, iniciou a ruptura com a concepção leninista (ou stalinista) de partido, que permeava as organizações de esquerda da época. Algumas mantêm o mesmo dogma até hoje!
Na Europa, percebeu a importância de uma nova agenda, extremamente contemporânea: a defesa do meio-ambiente, do crescimento sustentado, do direito das minorias, das bandeiras