Doença de Alzheimer
Facene/Famene - 9(2)2011
Artigo de Revisão
DOENÇA DE ALZHEIMER COMO UMA FORMA DE
DIABETE CÉREBRO-ESPECÍFICA – UMA REVISÃO
George Robson Ibiapina1
Roberto Luiz Pereira Matias2
Marcos Valério Gonçalves3
Tiago Martins Formiga4
Nelson Pereira de Carvalho Filho4
Charles Saraiva Gadelha5
RESUMO
A influência negativa da Diabete Melito, tanto insulino-dependente quanto não insulino-dependente, sobre as funções cognitivas tem sido provada em vários estudos. O objetivo deste trabalho foi reunir dados sobre o papel da resistência insulínica no cérebro provocada pela patogenicidade dos peptídeos
Aß na doença de Alzheimer. Esta revisão sistemática foi realizada através de pesquisa nas bibliotecas médicas digitais: MEDLINE e PUBMED. Desta forma, Estudos epidemiológicos sugerem que a Diabete
Melito aumenta o risco de doença de Alzheimer, independente da patologia vascular. Essa associação pode ser explicada pela hipótese de que o peptídeo ß-amilóde provoca resistência insulínica em áreas do cérebro dependentes de insulina e de seus receptores, como o hipocampo, através da perturbação da sinalização da insulina. Isso provocaria uma forma específica de diabete cerebral, chamada pela comunidade científica de “Diabete tipo 3”, que prejudicaria o metabolismo glicídico e a função, composição e estrutura sináptica. O objetivo desta revisão é reunir resultados de novas pesquisas sobre o papel da resistência insulínica no cérebro com doença de Alzheimer; discutir relações entre esta doença, Diabete
Melito e síndrome metabólica e comentar as novas linhas de pesquisa sobre o tratamento da doença de
Alzheimer com medicação para diabéticos. Essas novas estratégias terapêuticas, ainda em fase de ensaio clínico, estão orientadas para a restauração do equilíbrio do metabolismo insulínico na doença de Alzheimer através da aplicação de insulina pela via intranasal ou do uso de tiazolidinedionas. Embora haja outras teorias para a doença de Alzheimer, a da Diabetes