documentos
Sonhos resolvem problemas práticos, estimulam a criatividade e, sozinhos, já servem como uma terapia noturna.
Por Alexandre Versignassi
Imagine dois pontinhos. Agora, que você está acordado, eles vão ser só dois pontinhos mesmo. Mas no sono profundo é diferente. Se uma parte do cérebro imagina isso, outra área fica inspirada e cria um par de olhos. Mais outra pega e coloca esses olhos numa face. Se o rosto sair feio, a área mais burra da mente se assusta. E solta um comando mandando você correr. Começa o enredo de um sonho. Louco, mas a realidade não é muito mais sã. Pense em alguma coisa estúpida. "Martelo", por exemplo. Não existe nenhum lugar na sua cabeça com a definição da palavra "martelo". Tudo o que há é um mosaico de referências: a dor no dedo depois de uma martelada infeliz, a imagem da caixa de ferramentas do seu avô... Elas só se juntam de vez em quando para formar uma ideia sólida, igual acontece com os tijolos mentais que constroem os sonhos. A realidade e o sonhar, na verdade, se completam. E a ciência está descobrindo que uma não existe sem a outra. Vire a página para saber o que os sonhos realmente são. Isso se você não estiver sonhando neste momento.
Você tem 3 vidas paralelas. Uma é esta aqui, de quando você está acordado. Outra é o sono. O sonho é a terceira: duas horas por noite em que o corpo está paralisado, mas algumas áreas do cérebro ficam mais aceleradas do que o normal. Só que de um jeito diferente: de dia, a parte do cérebro que mais trabalha é o gerentão da mente: o córtex pré-frontal, o setor de massa cinzenta logo atrás da sua testa responsável pelo pensamento racional. No sonho é o contrário: essa área apaga e o resto funciona a toda.
Para entender melhor, pense no cérebro como uma escola. De samba. São várias áreas (ou alas, no caso) fazendo tarefas diferentes. Na vida acordada, cada uma faz seu trabalho bonitinho, sob o comando do córtex pré-frontal. Mas à noite é anarquia pura. Livres do controle da gerência,