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Para Rotondaro (2002, apud Winnicott 2000), o desenvolvimento emocional saudável depende um ambiente suficientemente bom. A mãe, ou a pessoa responsável por exercer esse papel, procura normalmente suprir nesse contato as necessidades do filho da melhor forma possível, são as condições desse relacionamento que proporciona um desenvolvimento saudável para as crianças. Por esse motivo, as crianças que vivem em abrigos, por não passar por esse cuidado, acabam tendo como causa a necessidade de mecanismos de defesa específicos para aprender a lidar com o sentimento de abandono e de falta de proteção.
Segundo Rotondaro (2002, apud Levinzon, 2000) Na busca de meios para lidar com esses sentimentos, algumas crianças passam a desenvolver comportamentos atissociais ou do tipo falso self. O comportamento antissocial é manifestado tanto pelo roubo, quanto pela destrutividade. O roubo é entendido como a busca de algo pela criança, na destrutividade a criança busca estabilidade ambiental capaz de suportar a tensão decorrente de um comportamento impulsivo, procurando assim, informar de algum modo, a sua necessidade de um cuidado adequado. Algumas crianças que desenvolvem um falso self, mostram dificuldades em ser autentico, demonstrando uma personalidade paralisada que acarreta uma perturbação na sua identidade. Elas procuram ser boazinhas demais e repreendem uma parte de si mesmas, o que resulta em várias dificuldades ao longo da vida.
As reflexões de Rotondaro, (2002, apud Freud, 1915-1917), também permite verificar que na maioria dos casos o luto decorrente de abandono familiares é vivenciado melancolicamente e conseqüentemente observa-se um diminuição na auto estima, algumas vezes chegando a levar ao delírio de inferioridade, principalmente moral, ou reações maníacas.
Na psicoterapia Rotondaro (2002), observou que algumas das crianças abrigadas demoram a se envolver com o processo psicoterapêutico, porque para elas o