Do silêncio à palavra
DA LIBERDADE
Ascese do silêncio ao “logos”
UNIVERSIDADE DE COIMBRA
FACULDADE DE LETRAS
INSTITUTO DE ESTUDOS FILOSÓFICOS
INTRODUÇÃO
Na aparente confusão teórica que se vive hoje em dia na educação, imperativo proceder a uma reflexão séria e problematizadora sobre a educação que pretendemos que seja dada às gerações futuras, onde consideramos ter o direito e obrigação de intervir. Não para ditar regras, não para impor pontos de vista, mas somente para que com o nosso espanto pelo mundo o possamos modificar, melhorando. Daí que por sugestão do Drº Neves Vicente e por uma questão de justiça é necessário “re-inventar” P. Freire, “ reabilitar o que dele foi recalcado, fazer vir ao cima o que consideramos serem as suas convicções mais profundas...”
Pretendo elaborar uma tentativa de compreensão da radicalidade de algumas das suas propostas e o modo como estão marcadas por uma “pedagogia da esperança”.
Através da análise e reflexão pretendo conduzir uma análise problemática da palavra, da comunicação, da «conscientização do homem», pela discussão nos círculos de cultura, analisando a formação de personalidades democráticas, de sujeitos activos, críticos, através de uma educação dialógica, problemática, crítica, que possa desempenhar o seu papel de “ libertadora das consciências oprimidas”.
NECESSIDADE DE UMA PEDAGOGIA DA LIBERTAÇÃO
Recessões, revoluções, guerras e a necessidade de lutar pela liberdade, pela igualdade, pela justiça, pela verdade, colocaram a questão da filosofia educacional, uma vez mais na agenda da História.
A educação enfrenta uma tarefa jamais incumbida a qualquer outro sistema prévio da educação, a saber, a escolaridade de uma população inteira onde a educação, mesmo em seus mais altos níveis, deixou de ser privilégio de uma classe ociosa, para se transformar num direito universal.
Podemos encontrar a expressão