DNA Mitocondrial A mitocôndria tem seu próprio DNA – o DNA mitocondrial, que foi descoberto por Van Bruggen, Sinclair e Stevens & Nass, todos em 1966, mas só foi totalmente seqüenciado em 1981, por Anderson et al1. O DNA mitocondrial possui uma estrutura circular fechada, com 16.569 bases pareadas e 37 genes. Para a fosforilação oxidativa, processo que ocorre dentro da mitocôndria para a produção de ATP, são necessários 74 polipeptídeos, e 13 são codificados pelo DNA mitocondrial – os outros 61 são codificados pelo DNA nuclear. Quanto à origem do DNA mitocondrial, existem duas hipóteses: origem autógena, segundo a qual a mitocôndria, assim como o núcleo, se originaria de um processo de compartimentalização e especialização funcional dentro da própria célula e o seu genoma seria originário de um genoma já existente na célula procarionte; e origem exógena, também conhecida como teoria da endossimbiose, que entende a mitocôndria como sendo originária de remanescentes bacterianos, fagocitados pela célula procarionte. Estes remanescentes teriam material genético, e capacidade de metabolizar o oxigênio molecular presente no citoplasma. No início, a bactéria era um parasita, mas com o passar do tempo e evolução, as relações tornaram-se simbióticas formando assim a mitocôndria. Esta é a teoria mais aceita; porém, ainda não foi comprovada. O DNA mitocondrial tem suas próprias características (Wallace, 1992): semi-autônomo, possui um sistema independente de replicação, transcrição e translação do seu genoma; herança materna, o DNA mitocondrial é herdado da mãe, porque as mitocôndrias presentes no espermatozóide estão localizadas na cauda deste, que não penetra no óvulo durante a fecundação. Assim, as mitocôndrias presentes no embrião são de herança exclusivamente materna. Essa característica do DNA mitocondrial vem sendo utilizada em estudos antropológicos, e reforça a teoria de que a origem do homem foi na África. A herança materna do DNA mitocondrial