Diário de campo
27 de outubro de 2011.
Mais uma semana que se inicia, e que ao chegar ao leito do hospital, na visita, com a Assistente Social me deparo com uma paciente de 88 anos, sem acompanhante e com uma aparência de maus tratos por parte da família. A mesma, não podia se comunicar, devido seu aparelho de audição estar no conserto, dificultando nosso diálogo. Ao saber que a paciente estava sem acompanhante, a Assistente Social ligou para um de seus filhos e o intimou a comparecer ao hospital. Assim que o filho da paciente chega ao hospital, ele vai até a sala do Serviço Social. Fico "perplexa" ao ouvir seu relato, pois o mesmo insiste em dizer que não tem como cuidar de sua mãe, pois tem sua família, trabalha e sua esposa já cuida de sua mãe que tem uma idade avançada. O filho, também, relata que sua mãe se encontra desta maneira por causa do que fez no passado, e que ele já havia tentado arrumar um "abrigo para idosos, mas no estado em que ela se encontra eles não aceitam, e diz que a aposentadoria dela está disponível para pagar o abrigo. "Pensei, nada disso justifica abandonar um ser humano"!! Relata também que a “solução deste problema está em colocar sua mãe em qualquer abrigo para idosos e que a aposentadoria dela dê para pagar”. De imediato a Assistente Social liga para um abrigo de idosos, o qual ela conhece a diretora, e marca uma visita. O filho da paciente internada na mesma hora se coloca a disposição pata ir até ao local. Até que chega o dia tão esperado de ir ao abrigo, que fica distante do hospital, em outro município do Rio de Janeiro. Chegando lá, a assistente Social do hospital e o filho da paciente vão conversar com a diretora e a Assistente Social. O valor estabelecido pelo abrigo ultrapassa o valor da aposentadoria da paciente, e seu filho diz não ter meios para completar. Infelizmente voltamos frustrados, pois sabíamos que aquela senhora iria receber alta do hospital e iria ficar abandonada por sua