Dispraxias
Cristina Toillier
Em 1871, Steinthal chamou de apraxia as perturbações não dos movimentos propriamente ditos, mas das relações entre os movimentos e o objeto. Mas foi em 1900 com Liepmann que se inicia a verdadeira história do estudo das perturbações práxicas. Liepmann descrevia apraxia como um fenômeno unitário que correspondia a diferentes níveis de desorganização do movimento. Distinguia três tipos de apraxia:
• Ideatória, quando a lesão na região posterior do hemisfério esquerdo impedia a organização do movimento;
• Ideomotora, quando a lesão se localizava no lobo parietal esquerdo, nas apraxias ideomotoras bilaterais, ou no corpo caloso nas apraxias unilaterais esquerdas;
• Melocinéticas, no caso de lesão rolândica contralateral, responsável pela memória do movimento de um membro.
A partir disso foram feitos muitos estudos sobre dispraxia, que ocorre com a maior parte da patologia neuropediátrica, foram estudadas a partir das observações de lesões em adultos, é assim que primeiro foram descritos quadros típicos de apraxias, quando havia a perda de uma capacidade motora anteriormente aprendida. Os estudos eram realizados em adultos pelo fato de que a criança é um ser em constante evolução, então torna-se difícil aplicar a ela o conceito de apraxia que é a perda da função responsável pela memória motora. É utilizado o termo dispraxia, que se refere melhor ao atraso ou alteração na integração práxica.
Considera-se uma maior chance de recuperação em jovens, pelo fato de sua capacidade cerebral de recuperação ser maior.
Praxia é a capacidade que o indivíduo tem de realizar um ato motor mais ou menos complexo, anteriormente aprendido, de forma voluntária, esses movimentos depois de aprendidos podem se tornar automáticos.
Piaget (1975) considera a praxia como um sistema de movimentos e não um ato motor simples. Afirma que praxias não são quaisquer movimentos, mas sim um sistema de movimentos