Dislexia
Uma questão de linguagem Por Clélia Argolo Estill
A dislexia é apenas um recorte numa linda paisagem – o Ser Humano.
Sabemos que a dislexia é um transtorno severo de leitura e escrita, repercutindo nas atividades de aprendizagem em geral, mas certamente não é um obstáculo. As dificuldades de aprendizagem configuram-se como um labirinto de muitas portas, com entrada e saída. É essencial encontrar a porta de entrada, aquela que permite à pessoa com dislexia encontrar-se com suas dificuldades e desenvolver as suas habilidades, chegando fortalecida e segura à porta de saída.
A dislexia na família não pertence apenas ao portador deste transtorno, mas envolve a todos. A família é muito mais do que a soma de seus membros, ela é uma totalidade. Esta é a razão essencial para que todos estejam envolvidos na dislexia de um de seus membros. O quê, porque, quando e como auxiliar... são perguntas que levam todos os familiares a refletir sobre qual será o seu papel neste trabalho cooperativo. É difícil receber um diagnóstico de dislexia, ou qualquer outro diagnóstico que envolva dificuldades ou transtornos de aprendizagem. Surgem, inicialmente, sentimentos confusos de ansiedade e culpa. Mas passado o primeiro impacto do diagnóstico, a “totalidade familiar” une as suas forças e vai em busca de informações e soluções.
Compreensão, aceitação e confiança são as respostas que a família irá encontrando nesta trajetória. Compreensão, porque conhecendo melhor o que é a dislexia poderá identificar as dificuldades e assim oferecer melhor ajuda. Aceitação, porque sensibilizada com as dificuldades funcionais da dislexia não irá confundir este comportamento leitor com desinteresse ou preguiça de ler. Confiança, porque tendo adquirido novas aprendizagens, a família poderá auxiliar a pessoa com dislexia a sentir-se mais compreendida, aceita e confiante em si e nos outros. É possível viver uma vida com qualidade apesar das dificuldades, se introduzirmos