Dislexia
“A psicopedagogia entende por dislexia do desenvolvimento ou evolutiva, como um dos distúrbios de aprendizagem e de origem neurobiológica. O termo deve ser empregado para aqueles que apresentam uma ineficiência incomum e específica nas habilidades da leitura e escrita, ao longo de seu processo de educação formal, apesar de possuírem potencialidade igual ou superior à média, acuidade auditiva e visual normais, ausência de problemas afetivo-emocionais primários, e de terem sido favorecidos com instrução acadêmica adequada.
O quadro da dislexia apresenta “deficiências cognitivas fundamentais de possível origem constitucional,” segundo definição da Word Federation of Neurology. A base biológica se refere a distúrbios funcionais localizados no hemisfério cerebral esquerdo - área que na maioria dos destros é responsável pelos processos de linguagem, de leitura e escrita, mais especificamente no plano temporal - que apresenta falta da assimetria habitual de tamanho e opera com nítida lentificação.
Embora o corpo teórico nos remeta à afirmação da origem neurológica dos distúrbios cognitivos, em nossa prática clínica os critérios para o diagnóstico e elaboração de um plano de trabalho são mais abrangentes e respeitam além do quadro sintomático, os aspectos psicológicos, familiares e sociais de cada indivíduo. Sara Paín considera “o problema de aprendizagem como um sintoma e que este se configura num estado particular de um sistema que para equilibrar-se precisou adotar este tipo de comportamento.”
Quando utilizamos o material de orientação psicanalítica, fartamente encontrado nas obras de Freud, Melaine Klein, Winnicot e Bion, dentre outros, passamos a ter subsídios para desenvolver um olhar mais apurado e sensível deste ser e de suas dificuldades e para que possamos entender o quanto os aspectos inconscientes influenciam na aprendizagem e o quanto a harmonia psíquica capacita ou prejudica esta