Dislexia E Aprendizagem
Os problemas de aprendizagem são múltiplos, a dislexia é um destes, mas muito especial.
Revista Diálogo - por Clélia Argolo Estill
É mais fácil conceituá-la através do que não é do que defini-la pelo que é. Com toda a certeza não é um problema de inteligência, tampouco uma deficiência visual ou auditiva, muito menos um problema afetivo-emocional ou sócio-cultural. A dislexia é uma dificuldade específica da linguagem, que só se apresenta nos momentos iniciais da aprendizagem da leitura e da escrita.
São dificuldades de processamento lingüístico para reconhecer, reproduzir, identificar, associar e ordenar os sons e as formas das letras, que interferem no reconhecimento correto das palavras. Os avanços da neurociência, através de pesquisas com imagens do cérebro em funcionamento, ressonâncias magnéticas funcionais do cérebro, já permitem discriminar o cérebro de um leitor hábil de outro leitor com transtornos funcionais.
Não é uma doença, mas é um modo peculiar de funcionamento dos centros neurológicos de linguagem, por isto o tratamento é clínico e não medicamentoso. É comum encontrar-se outras pessoas com dificuldades semelhantes nas histórias familiares, por ser um transtorno com predisposições genéticas.
Dislexia não é culpa de ninguém, nasce-se assim. Dislexia é mais freqüente do que se imagina. Nos centros de pesquisas mais avançados, como os Centros de Pesquisas Neurocientíficas da Linguagem, da Universidade de Yale, informam um índice entre 5 a 10% da população. Mas o que importa é aceitar a dislexia como uma dificuldade de linguagem que deve ser tratada por profissionais especializados. As escolas podem acolher os alunos com dislexia, sem modificar os seus projetos pedagógicos curriculares. Procedimentos didáticos adequados possibilitam ao aluno vir a desenvolver todas as suas aptidões, que são múltiplas. Os professores das séries escolares iniciais, sabendo que pessoas disléxicas têm dificuldades para trabalhar com os sons da língua