Direitos humanos
Edson conheceu Guaraciara em 1994. Ele tinha acabado de se separar da primeira mulher, com quem tem sete filhos. Ela era a vizinha nova, que chegou ao morro com três filhos. Os dois se apaixonaram. Tudo ia bem, segundo Edson, até o carnaval de 1999. "Ela colocou um shortinho provocante para ir ao Sambódromo. Não gostei, mas ela disse que era Carnaval e fomos", contou Edson ao Juiz José Geraldo Antonio.
No sambódromo, a situação piorou. "Ela se comportou mal comigo; só ficava com as amigas", prosseguiu Edson. Os dois discutiram e ele saiu de casa. Quinze dias depois voltaram a morar juntos. "Entretanto, ela estava meio esquisita comigo. Não deixava eu fazer carinho, dizia que eu tinha outra mulher e, ainda, falava que todo mundo sempre tem outra pessoa".
A tensão chegou ao auge no domingo, 7 de março de 2002. Depois de trabalhar o dia inteiro na oficina, ele voltou para casa levando cervejas. Tentou novamente se aproximar da mulher. Ela o recusou. Os dois discutiram, um empurrou o outro e, segundo Edson, que mede cerca de 1,80 metro; ela, de 1,58 metro, foi para a cozinha e voltou ao quarto trazendo uma faca. "Ela tentou me acertar, eu me defendi com o braço, nos enrolamos, caímos na cama e quando eu vi a faca estava no peito dela", contou Edson. Depois, "sem controle" ele ainda deu mais três facadas na mulher e passou a se esfaquear "porque queria morrer também".
A amiga de Guaraciara, Regina Santos, que dormia na sala sem Edson saber, contou que ouviu a amiga gritar por socorro, entrou no quarto e viu Edson de joelhos sobre as pernas da mulher ainda dando facadas. Segundo Regina, ele correu atrás dela, enquanto Guaraciara se arrastava até a porta, Edson continuou a se esfaquear na rua, pedindo que alguém o matasse até cair no chão e ser socorrido. Ficou quatro dias internado no Hospital Souza Aguiar.
Guaraciara chegou morta ao Hospital do Andaraí. Na sua defesa, Nilo Batista argumentou que Edson matou a mulher por legítima defesa,