Direitos humanos

8307 palavras 34 páginas
3. A PRÁTICA CULTURAL DA MUTILAÇÃO GENITAL FEMININA À LUZ DOS
DIREITOS HUMANOS E DO INTERCULTURALISMO
Não obstante a característica, ainda que teórica, da universalidade dos direitos humanos, e sobretudo neste período de intensa globalização, vêem-se cada vez mais distintas manifestações culturais – entre os vários Estados e dentro dos Estados – que, como já explicitado, nos fazem questionar se num mundo tão plural é possível falar de algo que seja universal.
Apesar da riqueza que significa a diversidade cultural, isso não quer dizer que todas as práticas culturais sejam igualmente valiosas para a liberdade e a dignidade humana. Se assim pensássemos, cairíamos num relativismo moral e cultural, excessivamente permissivo, o que acabaria por legitimar crueldades e desigualdades que violam a humanidade que há em cada um.
Uma vez que já foram estabelecidas nesta pesquisa as teorias dos direitos humanos e do interculturalismo com as quais trabalharemos, cabe agora entender melhor a prática cultural a ser com elas confrontada: a mutilação genital feminina. Para tanto, as informações aportadas terão como principal fonte o relatório da Anistia Internacional intitulado “La mutilación genital femenina y los derechos humanos”, publicado em 1998, que tem dados bastante completos sobre o assunto.
3.1. A MUTILAÇÃO GENITAL FEMININA
3.1.1. O que é, origem, crenças e conseqüências
Mutilação genital feminina (MGF) é o termo usado para referência à extirpação parcial ou total dos órgãos genitais femininos. Tal prática é antiga – estima-se que 135 milhões de mulheres já a sofreram em todo o mundo e que, a cada ano, 2 milhões de meninas corram o risco de passar por isso. Há distintos tipos de mutilação: a clitoridectomia (retirada de parte ou de todo o clitóris), a excisão (que inclui a extirpação parcial ou completa dos lábios pequenos) e a infibulação ou circuncisão faraônica (que inclui, além dos dois procedimentos mencionados, o corte dos lábios grandes

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