Direitos da mulheres
O mais recente livro da pesquisadora Maria Amélia de Almeida Teles, lançado em novembro de 2006, mostra a distância entre homens e mulheres, quando se trata de garantia de direitos.
Ter os direitos garantidos por lei basta para que as mulheres sejam respeitadas? Situações comuns do cotidiano como violência doméstica, assédio sexual, discriminação e remuneração desigual no mercado de trabalho mostram que colocar essas conquistas em prática é uma outra história.
Se tudo correr bem, sem interrupções ou retrocessos nas ações já iniciadas, haverá igualdade entre homens e mulheres em 2490. A previsão das Nações Unidas assusta, como assustam ainda mais os resultados da pesquisa da Fundação Perseu Abramo. A cada 15 segundos, uma mulher é espancada no Brasil. Seguindo o cálculo, seriam quatro por minutos, 243 por hora, 5.800 por dia, 175 mil por mês e 2,1 milhões a cada ano.
Esses e outros dados, além de todo o histórico dos movimentos pelos direitos da mulher, estão no livro O que são direitos humanos das mulheres, de Maria Amélia de Almeida Teles.
Concretude e seus conceitos
Ativista dos movimentos feministas e de direitos humanos desde a década de 1970, a autora acredita que o fato de ter sido vítima de violência durante a ditadura militar foi um dos motivos que a levou a se engajar na luta. "Senti na pele e, então, aprofundar esse tema de direitos humanos e estudar os instrumentos de defesa desses direitos se fez necessário", conta Amelinha Teles, presa política e torturada na cadeia entre 1972 e 1973.
Para a autora, tratar do tema dos direitos humanos das mulheres recuperando conceitos históricos e as lutas políticas já travadas em torno deles é uma necessidade que se impõe para a continuidade da luta e para enfim efetivá-los. Por isso, Amelinha Teles apresenta, de uma forma clara e didática conceitos e significados; explica o que é gênero; aponta exemplos cotidianos de