Direito
A invenção do papel pelos chineses no século I a.C. foi a condição indispensável para a invenção da imprensa, mil e quinhentos anos depois. O uso do papel só se difundiu na Europa quando os árabes conheceram seu mecanismo de produção e criaram fábricas em Bagdá, Damasco e Trípoli. A primeira fábrica européia surgiu na Espanha, ainda sob dominação árabe, no ano de 1150. A partir daí, o papel começou a desalojar o pergaminho como matéria-prima básica para a elaboração de livros.
A imprensa nasceu no contexto do Renascimento, no seio das enormes transformações que sacudiam a Europa e das quais a própria imprensa seria a mais extraordinária. Nenhuma das revoluções vividas pela humanidade poderia se lhe comparar. Em 1456 - como um raio que cai do céu azul - Johannes Gutenberg surpreendeu o mundo usando fragmentos de chumbo fundido que continham letras em relevo. Estas, embebidas em tinta e sob pressão de uma grande prensa de madeira, ficavam reproduzidas no papel. Logo veio à luz, na cidade de Mogúncia, a sua Bíblia em dois volumes e mais de mil e duzentas páginas impressas.
Naquele momento, liquidava-se com o monopólio do saber da Igreja, simbolizado pelos velhos códices, atados por correntes nas estantes dos mosteiros. Os livros agora poderiam ser transportados, guardados em casa, democratizados. A cultura e a maneira de ver o mundo não eram mais determinadas pelas autoridades eclesiásticas. A multiplicidade de opiniões - originária da livre comparação de vários livros, de várias idéias - inaugurava o mundo moderno.
A partir daí o livro se transformou no principal agente de fermentação intelectual da humanidade. Nele, o homem encontraria dúvidas e respostas, estímulo para a realização de seus sonhos individuais e idéias para tornar a vida social mais digna e satisfatória. Acima de tudo, o livro representaria o ideal de permanência a que todos aspiram. Não apenas a permanência do conhecimento filosófico ou científico, mas também a de