Immanuel Kant faz uma revolução na concepção da ética. Ele rompe com a tutela teológica, Deus não dita normas éticas mas princípios de fé, rompe também com a filosofia grega , que deriva todos os postulados morais da natureza metafísica do homem. A ética não é mais leis naturais e biológicas que comandam a sensibilidade e o instinto humano. Para Kant ética não é o comportamento virtuoso mas o cumprimento da lei moral. A revolução copernicana envolveu, sobretudo a questão da ética. Copérnico substituiu o modelo antigo astrônomo de Aristóteles e Ptolomeu e apresentou o heliocentrismo (a terra gira em torno do sol). As teorias consistiam em adequar a razão humana aos objetos, Kant inverte essa concepção, os objetos teriam que se regular pelo sujeito, que seria o depositário das formas de conhecimento, as leis não estariam no mundo mas no próprio homem. O objetivo da ética kantiana é mostrar que existe uma razão pura pratica capaz, por si só, de determinar a vontade sem recorrer a sensibilidade e a experiência. Ele faz a distinção entre dois mundos, onde diz que o homem é um ser finito e consegue viver nos dois mundos.O mundo sensível (necessidade) é o mundo das coisas , dos fenômenos, da experiência e da sensibilidade humana, regido e determinado pelas causas físicas e biológicas, um mundo sem liberdade. O mundo inteligível(liberdade) a razão humana tem “ a prioridade de determinar-se a agir independente das causas empíricas,isto é , o homem toma consciência de outra causalidade que é a causalidade da liberdade”(Kant,1986:54-55). A dupla vivência entre esses mundos gera um conflito ao qual ele chama de Mal Radical, conflito entre razão e sensibilidade , entre causalidade física e causalidade livre. O mal radical está em converter a sensibilidade em norma de moralidade e fazer do desejo um absoluto. A ética kantiana gira em torno da vontade que submete sua liberdade ao império da razão. A boa vontade(dever)