Dimensões da burocracia
Merton representa a burocracia por meio de um modelo que se baseia nas consequências não previstas isto é, nas disfunções da burocracia de organizar dentro dos princípios da máquina (sistema Fechado), a saber.
1. O modelo começa com a exigência de controle por parte da organização a fim de reduzir a variabilidade do comportamento humano a padrões previsíveis, indispensáveis ao bom funcionamento da organização.
2. Essa exigência de controle enfatiza a previsibilidade do comportamento que é garantia por meio da imposição de normas regulamentos. Assim, a organização estabelece os padrões de procedimentos para as pessoas, institui as penalidades pelo não cumprimento, bem como a supervisão hierárquica para assegurar a obediência. A ênfase sobre o cargo e a posição dos indivíduos diminui as relações personalizadas.
3. Mas a ênfase nas regras e sua forte imposição leva as pessoas a justificarem sua ação individual.
4. E conduz a consequências imprevistas, tais como a rigidez no comportamento e a defesa mutua na organização.
5. O que não atende as expectativas e anseios da clientela, provocando dificuldade no atendimento ao publico.
6. Levando a um sentimento de defesa de ação individual, pois o burocrata não presta contas ao cliente, mas as regras da organização e ao seu superior hierárquico.
A rigidez do sistema reduz a eficácia organizacional e põe em risco o apoio da clientela. Apesar da pressão externa o funcionário atende as regras internas da organização e não se preocupa com o problema do cliente, mas com a defesa e a justificação do seu próprio comportamento na organização, pois é ela que deve prestar contas. No fundo para Merton, a burocracia não é tão eficiente como salienta Weber, mas apresenta na pratica uma serie de distorções que prejudicam seu funcionamento e a levam a ineficiência.