dificuldades de aprendizagem
Na apresentação dos pensamentos de vários autores que se dedicam ao estudo do tema, tem se encontrado grande dificuldade para encontrar uma definição, precisa, objetiva e consensual seja no campo psicológico ou pedagógico. Tratando-se de um problema complexo onde há fatores de diferentes ordens e extensões, a definição, a etiologia e a suficiente investigação diagnóstica do que se entende por “dificuldades escolares” necessita de um consenso no pensamento científico e no campo de sua aplicabilidade. Na visão dos autores Patto; Machado e Souza; Weiss; Falcion se utilizam do termo “fracasso escolar” para explicar o fenômeno da incapacidade crônica da escola de garantir o direito à educação escolar, o acesso aos benefícios da escolarização e a permanência dos jovens brasileiros na escola, ao menos até o final do Ensino Fundamental. Fazem uma analise do contexto social e de sua hegemonia, por meio da escola enquanto reprodutora da classe dominante, excluindo o aluno de sua própria realidade, transformando as desigualdades sociais em dificuldades escolares. Já os autores Fonseca; Moreira e Masini; Pain; Major e Walsh preferem o uso da nomenclatura “dificuldades ou problemas de aprendizagem” ou “insucesso escolar” onde o enfoque é no sujeito, sendo o problema de aprendizagem um sintoma que expressa a descompensação do indivíduo, numa articulação mórbida, ou como decorrência de ações normativas e ideológicas às quais o sujeito está exposto. Mas, sabemos que as dificuldades de aprendizagem são de vários fatores de natureza sociocultural e econômica, familiar, emocional e pedagógica, considerando a história da criança nas múltiplas relações e interações com a família, com a escola, com os professores e com as condições pedagógicas, em particular. “Dificuldades de aprendizagem” não podem ser entendidas como sinônimo de “distúrbio”.