patologia das construções
Mas a questão é: quando elas precisam ser tratadas como patologias estruturais, e necessitam do acompanhamento de um engenheiro civil, e quando estão mais relacionadas à manutenção da edificação, causando apenas desconforto estético?
No entender do engenheiro civil Paulo Helene, professor-titular da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo) e diretor da PhD Engenharia, trincas e rachaduras se enquadram no termo técnico fissura. Destas, as ativas progressivas é que, na maioria das vezes, devem ser qualificadas como graves. A causa, em geral, ocorre por recalques – excesso de carga.
Já as fissuras passivas ou mortas e as ativas estacionárias, explica Paulo Helene, são graves quando superam aberturas de 0,3 mm a 0,4 mm (milímetros). “Do ponto de vista prático ou do usuário, grave é qualquer fissura que cause infiltrações ou desconforto estético ou psicológico.
Do ponto de vista estrutural, 99% das fissuras não causam qualquer redução da capacidade resistente das estruturas, ou seja, poderiam ser desprezadas. No entanto, se não tratadas, no longo prazo podem dar origem à corrosão do aço das armaduras e essa corrosão pode vir a reduzir a capacidade resistente da estrutura“, diz o professor, qualificando fissura como sintoma, e não como manifestação patológica. Ele também alerta que nenhuma obra, por melhor construída que seja, está livre de, ao longo de sua vida útil, apresentar fissuras.
O consultor sobre patologias em edificações e ex-laboratorista do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) Roberto Massaru Watanabe lembra que intervenções no entorno de uma edificação são grandes causadores de sintomas como trincas e rachaduras. “Construções de novos prédios na vizinhança, obras de infraestrutura de porte, como galerias de águas pluviais e de metrô, são geradores de