Diferentes conceções de infância
As reflexões tecidas ao longo deste texto constituem uma tentativa de compreender as diferentes concepções de infância na atualidade. Porém, a partir dos estudos feitos em sala de aula e de outras leituras complementares, procuraremos antes de entrar em nosso foco central, abordar um pouco sobre o processo de construção do conceito de infância, e como ele se deu nas construções sociais de três períodos históricos: na Antiguidade, do século XIII ao século XVIII e do século XVIII a atualidade. Para nos auxiliar nessa “viagem”, teremos como base alguns textos de diversos autores, mas principalmente, os estudos feitos pelo historiador francês Philippe Ariès em sua obra “História Social da Criança e da Família” (1978), que traz com clareza três grandes momentos da história da humanidade que demarcam as distintas concepções de infância.
1.1 INFÂNCIA, UM POUCO DA HISTÓRIA
Na Antiguidade, segundo Ariès e vários outros estudos já feitos nessa área, a criança era considerada um adulto em miniatura por não haver distinção entre o mundo adulto e o mundo infantil, ou seja, a criança era inserida na sociedade dos adultos, e, portanto, tratada como tal. No segundo período (século XIII ao século XVIII), conforme evidencia o teórico em seu estudo, ocorreu uma mudança na perspectiva de criança. Agora, a sociedade passa a prezar pela inocência da mesma. Para tanto, passa a separa-la da vida dos adultos e enclausurá-la em instituições escolares sob a vigia dos preceptores (professores). Por fim, Ariès diz que o terceiro período (século XVIII a atualidade), é caracterizado pela consolidação do conceito de infância. Neste período, a criança começa a ocupar o lugar central da família devido à ligação da mesma com a figura dos anjos que são tidos como seres puros e divinos.
Até o século XVII a sociedade não dava muita atenção às crianças. Devido às más condições sanitárias, a mortalidade infantil alcançava níveis alarmantes, por isso a criança era vista