Um bom professor tem de saber abrir espaço para todos. Mais pergunta do que fala. Perguntas abertas, honestas, não pegadas. Um espaço emocional, porque devem contemplar-se os sentimentos dos participantes. E para isso a atitude de quem escuta é essencial; não se trata de achar soluções pela via rápida – nunca funciona, apenas intimida os participantes. Respeitando a confidencialidade que se apalpa e se vive, num ambiente que inspira confiança. Espaço espiritual onde se permite que cada um escute o seu mestre interior, e faça a sua reflexão sem querer consertar a alma das pessoas. A alma não se conserta; acolhe-se para que ela mesma encontre a sua cura e crescimento. Destaca-se a importância do silêncio como pano de fundo, e o respeito pelo timing de cada um. E, nesse ambiente, empenhar-se em buscar a verdade, conceito que o autor define como: “a eterna conversação sobre as coisas que realmente importam, levada com paixão e disciplina”. A segunda parte do livro contém um extenso roteiro de perguntas e questões como base possível para a discussão dos capítulos do livro mãe. Quer dizer, é propriamente o guia condutor. Os tópicos são muitos, e o autor não deixa de advertir que qualquer programa, curso para professores, retiro, ou atividade reflexiva não deve incorrer no erro de querer abrange-lo tudo. Não se trata de esgotar os temas – de per si inesgotáveis, pois é pura antropologia, quase diríamos uma metafísica da ação docente- mas de respeitar as necessidades e os momentos de cada um, sabendo que estas discussões requerem alocar tempo com generosidade para que sejam frutuosas. Por isso, para quem se aventura numa primeira leitura deste Guia, alcançada a segunda parte, o melhor será que assista os 70 minutos do DVD que são absolutamente imperdíveis, e um resumo perfeito do pensamento do autor. Em inglês claro, com pronúncia lenta e pausada –um ritmo de verdadeiro professor- as questões chave são colocadas e ilustradas. Lá encontrará perguntas