Dicionário de Política
Thomas Hobbes: O medo e a esperança.
A origem do Estado e/ou da Sociedade está em um contrato de convivência estabelecido entre os homens, com o intuito de que sejam estabelecidas regras que possam nortear as relações sociais dos mesmos, subordinando-os ao poder político, único capaz de retirar o homem da condição de desorganização própria do estado de natureza.
Para Hobbes, em tal estado “o homem não é um selvagem. É o mesmo que vive em sociedade.” Sob este aspecto o homem grego da antiguidade clássica em nada difere do homem do século XVIII. A natureza humana é sempre a mesma e, deste modo, o homem é naturalmente tão igual um ao outro que a nenhum cabe o triunfo sobre o outro. Em tal estado, como desconhecem uns aos outros em seus desejos, o mais razoável é que cada um ataque ao outro, quer para vencê-lo, quer para evitar um ataque possível. Encontram-se, por isto mesmo, em uma guerra generalizada de todos contra todos, em especial motivo pela ausência de um poder que os controle e os reprimam.
Aparece uma regra geral da razão que indica a necessidade de que todo homem deve esforçar-se pela paz e segui-la na medida em que houver esperança de conservá-la. Uma segunda máxima que daí decorre é a de cada um renunciar, simultaneamente, a todas as coisas que sejam nocivas à paz e contentarem-se “em relação aos outros homens, com a mesma liberdade que aos outros homens permite a si mesmos.” Tal ato de renúncia à liberdade não basta por si mesmo. É necessário que exista um Estado forte e pleno para forçar os homens ao respeito mútuo. A soberania absoluta do Estado se faz porque o soberano não firmou nenhum contrato, pois este foi realizado pelos súditos. Além do mais, não há alternativa para sair do estado de guerra que não seja por meio da instituição de um poder absoluto constituído pelo consentimento da maioria.
A liberdade e a igualdade adquirem