Diamantes de papel
A autora Maria Cristina Dantas Pina, é umas das pioneiras em estudos historiográficos sobre o sertão das Lavras Diamantinas (BA), com pesquisas ligadas a temas como: garimpo, escravidão, sertão, cidade e território. É graduada pela Universidade Estadual de Feira de Santana, onde também se especializou em Teoria e Metodologia da História, com o trabalho Diamantes de papel (1997), possuindo também o título de mestre em História Social pela Universidade Federal da Bahia, com o trabalho, Santa Isabel do Paraguaçu: cidade, garimpo e escravidão nas Lavras Diamantinas, Bahia século XIX (2000).
O texto em análise discute algumas abordagens produzidas sobre as Lavras Diamantinas e seu processo de povoamento e ocupação territorial desde o final do século XIX, buscando perceber qual ou quais histórias se cristalizaram, bem como, que região foi construída, pensada, dada a ler. Em termos estruturais a obra está dividida em três capítulos, sendo eles: o povoamento das Lavras nas memórias do final do século XIX; as Lavras Diamantinas nas leituras contemporâneas e por fim, a obra literária e o universo garimpeiro: uma breve leitura de Cascalho.
Na intenção de estudar a literatura sobre as Lavras Diamantinas e sua formação histórica, que se constitui o objeto da pesquisa, Maria Cristina parte da discussão dos conceitos de território e região buscando identificar, na história das Lavras, as [suas] particularidades (PINA, 08). Para a mesma o conceito de território carrega a idéia de construção social, em que o sujeito é agente construtor do espaço habitado. Diferentemente de território, região é um conceito que reflete a posição de quem domina, servindo para reforçar ou reproduzir a dominação de quem a define (PINA, 1997, p.10). O recorte espacial do estudo abrange