dialogo na livraria
Massahiro: E então, Moisés, que nos conta de seu novo emprego?
Moisés: Ah, Massahiro, é uma empresa grande, com atuação no mundo todo, cheia de recursos e benefícios. Como desafio, estou gostando muito. Só que há alguns problemas, que estou precisando discutir com alguém. E vai ser com vocês. Imaginem, meus amigos, que nessa empresa há gerentes que acreditam que os funcionários devem trabalhar até tarde, sem horário para sair, em nome da lealdade à empresa.
Massahiro: Ah, essa história é conhecida. Pelo que sei, muita gente pensa e age assim. A propósito, há pouco tempo uma revista de negócios publicou um artigo sobre o sucesso dos executivos. A recomendação principal era a seguinte: se você quiser fazer carreira, tem que se dedicar totalmente. Você não tem o projeto de se tornar um alto executivo, Moisés? Então...
Lívio: Na minha empresa, todo mundo leu esse artigo. Meu chefe, o presidente, pensa desse jeito. Ele acha que o funcionário só pode sair depois do chefe. Não pergunte o que a empresa pode fazer por você. Pergunte o que você pode fazer por ela.
Massahiro: Tenha dó, Lívio. Não me diga que você leva isso a sério. Eu achei esse artigo uma obra-prima do mau-gosto. Um canto de louvor ao sacrifício pessoal em nome da competitividade de uma empresa que, quando não precisar mais de você, te dá um pé no traseiro. Oh, quanta nobreza.
Lívio: Escute, Massa, se há trabalho para fazer, as pessoas precisam ficar até quando for necessário. Depois, os mais dedicados são recompensados. Sempre foi assim. Pergunte a quem é diretor ou presidente. Só faz carreira quem vive para a empresa.
Moisés: Sim, é verdade, mas fica todo mundo