Relações internacionais - dissecação
A expressão “relações internacionais” remete-nos para a noção da existência de uma ligação entre nações. Esta ligação pode ser apresentada de vários modos e expressões, diferenciando a natureza da ligação em causa. Todas essas formas tratam de reciprocidade.
Segundo Braillard, “as relações ou a interdependência que podem existir entre os elementos desses sistemas são consequência de um certo número de interacçãoes entre estes (…)
(1977,1900a, 508, n.1)”. Já Cervera perspectiva que as relações internacionais reflectem objectivos, recursos e acções que são influenciados pelo meio. Classifica então, as relações internacionais como bilaterais e multilaterais, quanto ao número de intervenientes, directas ou indirectas, dependendo da vinculação e políticas, culturais, económicas e etc. Adelino Maltez vai invocar Max Weber para argumentar que só existem relações internacionais quando o comportamento dos intervenientes é reciproco, quando existe a representação da legitimidade dessa ordem, desse comportamento.
No entanto, a expressão “relações internacionais” é transcendente, no sentido em que pode ser extendida a outras circunstâncias. Uma simples relação entre indivíduos de diferentes nacionalidades pode ser considerada uma relação internacional, pois entre eles interpõem-se as fronteiras estatais, a sua nacionalidade, o seu governo.
Ainda dentro da internacionalidade e da comunidade correspondente, existem nações que formam essa mesma comunidade. Atendendo às premissas de Stuart Mill, a nacionalidade consiste no sentimento de empatia para com os outros e desejar viver sob o mesmo governo, porém outros autores atendem mais ao cariz histórico, antropológico e geográfico para tecer a sua noção de nação. Porém, nem sempre um estado corresponde a uma nação, ou seja, nem sempre um povo corresponde a um território com poder político organizado e isso é uma problemática para as Relações Internacionais. Pois