di rio adolescente
Bonadio (2011), ao descrever o processo de reabilitação psicossocial
(segundo a autora, um dos eixos fundamentais que a Organização Mundial da
Saúde propõe no tratamento em saúde mental), destaca como possíveis progressos a serem ambicionados por esse campo a promoção do manejo da doença mental e da saúde em geral, participação efetiva na comunidade, o estabelecimento de relações interpessoais, entre outros. Logo em seguida, citando texto da própria Organização Mundial da Saúde (WORLD HEALTHE
ORGANIZATION, 2001 apud BONADIO, 2011), a autora coloca, dentro outros objetivos, a consolidação de suporte social ao indivíduo e a redução do estigma. A situação do personagem Jim Carol no filme “O Diário de um
Adolescente” só pode depor a favor da importância de um ambiente social favorável à inserção e ao resgate da dignidade do indivíduo.
Apreendese essa tese justamente pelo mal exemplo dado pelo enredo filme. As instituições dispostas em torno do protagonista parecem todas desumanizálo, marginalizálo ou simplesmente ignorar sua existência, de maneira que sua dependência química parece ser apenas uma das facetas problemáticas de sua vida – justamente aquela pela qual é fácil culpabilizálo indiscriminadamente, esquecendose de todo o resto, e naturalizando uma condição social nada favorável ao desenvolvimento do jovem.
Na escola, como punição por seu comportamento rebelde, ele é posto de quatro pelo professor, em frente a toda a sala de aula, e apanha nas nádegas, numa punição que é até muito mais humilhante do que fisicamente dolorosa
(seja pela exposição ao público, ou pela ostensiva e violenta conotação sexual implicada em golpear as nádegas de um homem de quatro).
O basquete, sendo um de seus interesses maiores