Desigualdade no Brasil
A primeira explicação para a pobreza no Brasil, segundo Márcia Anita Sprandel, consistiu em relacioná-la à influência das matas e do solo. Onde o brasileiro era considerado preguiçoso, indolente, supersticioso e ignorante, pois a natureza lhe dava tudo de graça: frutos, plantas, solo fértil, e por isso, não havia a necessidade de trabalhar.
A segunda explicação estava vinculada à questão racial e à mestiçagem. Onde vários autores críticos consideravam que os mestiços demonstravam a “degeneração e falência da nação” ou que eram “decaídos, sem energia física dos ascendentes selvagens, sem a altitude intelectual dos ancestrais superiores”.
Entretanto, com o passar do tempo foram surgindo novas visões, como: Joaquim Nabuco e Manoel Bonfim. Onde Nabuco considerava a vinda dos negros escravos um fator essencial para a formação de nossa história, pois tal mudança contribuiu para a criação de um novo povo e de uma nova cultura, mas ele também não era a favor da escravidão e do latifúndio, pois geravam verdadeiras “colônias penais” no interior, que apenas permitiam como que os mestiços vivessem na miséria e ignorância. Já Manoel Bonfim, via o sertão nordestino como uma “terra de heróis”. Dizia que as populações no interior tinham muita força, cordialidade e uma capacidade de atuar coletivamente, seja por meio de técnicas coletivas de trabalho, seja pelo uso comum de suas posses.
Palavras-chave: negros, escravidão, colônias penais, sertão, terra de heróis, trabalho, mestiçagem, degeneração, natureza, pobreza, solo, fauna, flora
Fome e coronelismo
A partir da década de 40, Josué de Castro criou uma nova visão para a desigualdade social, procurando analisar a questão da desnutrição e da fome das classes populares, explicando-as com base no processo de subdesenvolvimento, o qual gerava desigualdades econômicas e sociais entre os povos que, no passado, tinham sido alvo da exploração colonial no mundo capitalista. Defendia a educação e a