Desenvolvimento infantil
Casario (1943) – Milton da Costa (Brasil 1915-1988). www.catalogodasartes.com.br Cidadezinha cheia de graça…
Tão pequenina que até causa dó!
Com seus burricos a pastar na praça…
Sua igrejinha de uma torre só.
—-
Nuvens que venham, nuvens e asas,
Não param nunca, nem um segundo…
E fica a torre sobre as velhas casas,
Fica cismando como é vasto o mundo!…
—-
Eu que de longe venho perdido,
Sem pouso fixo ( que triste sina!)
Ah, quem me dera ter lá nascido!
—
Lá toda a vida poder morar!
Cidadezinha… Tão pequenina
Que toda cabe num só olhar…
——
Em: Mário Quintana, Prosa e verso - série paradidática — Porto Alegre, Editora Globo: 1978
Vida de Cidadezinha
A de se convir, a vida do interior tem sua graça e isso é retratado tanto na literatura quanto nas artes. Desde os primórdios o ser humano tenta retratar sua vida em sociedade fazendo a leitura do seu tempo e se utilizando de mecanismos que represente visualmente seus sentimentos.
Isso pode ser visto, por exemplo no Poema Cidadezinha Cheia de Graça de Mário Quintana e na Obra de Milton Dacosta, O Casario. As duas retratam de maneira fidedigna a vida nas cidades do interior.
Milton Dacosta, nasceu em 1915, aprendeu artes com Alemão August Hantz e aos 15 anos foi aprender artes nas grandes escolas de sua época. No início busco retratar os casarios e paisagens, como é casa da obra de 1945, acima supracitada. Viveu nos anos dourados do pós-guerra e fez parte de uma lista seleta de pintores da sua época.
Indiscutivelmente, a sua obra os Casarios remete aos tempos onde havia beleza e graça das pequenas cidadezinhas. De maneira mais objetiva que o poema de Quintana retrata as praças, os bosques cheios de esplendor e a arquitetura relatava de maneira bucólica e prazerosa a sociedade da época. As igrejas e os prédios do entorno, fato que pode ser vistos em outras obras, revelam a calma e a harmonia de proporções e formas do local e a agradável, simples e excelente