Desenvolvimento infantil
Rev Saúde Pública 2005;39(4):606-11 www.fsp.usp.br/rsp Ambiente familiar e desenvolvimento cognitivo infantil: uma abordagem epidemiológica Family environment and child’s cognitive development: an epidemiological approach
Susanne Anjos Andradea, Darci Neves Santosa, Ana Cecília Bastosb, Márcia Regina Marcondes Pedromônico†,c, Naomar de Almeida-Filhoa e Mauricio L Barretoa
Instituto de Saúde Coletiva. Universidade Federal da Bahia (UFBa). Salvador, BA, Brasil. bDepartamento de Psicologia. UFBa. Salvador, BA, Brasil. cDepartamento de Fonoaudiologia. Universidade Federal de São Paulo. São Paulo, SP, Brasil
Descritores Relações familiares. Cognição. Desenvolvimento infantil. Estudos transversais. Resumo Objetivo Analisar a associação entre a qualidade do estímulo doméstico e o desempenho cognitivo infantil, identificando o impacto da escolaridade materna sobre a qualidade dessa estimulação. Métodos Estudo de corte transversal, com 350 crianças entre 17 e 42 meses, examinadas em 1999, em áreas centrais e periféricas de Salvador, Estado da Bahia. Utilizou-se um questionário socioeconômico, o inventário Home Observation for Measurement of the Environment Scale (HOME) para mensurar a estimulação no ambiente familiar, e a escala Bayley de desenvolvimento infantil. Foram realizadas análises univariadas e múltiplas, por meio da regressão linear, considerando nível de significância de 5%. Resultados Encontrou-se associação positiva (β=0,66) e estatisticamente significante entre a qualidade da estimulação no ambiente doméstico e o desempenho cognitivo infantil. Parte do efeito da estimulação sobre a cognição foi mediada pela condição materna de trabalho e seu nível de escolaridade. Verificou-se que as crianças ocupando as primeiras ordens de nascimento, convivendo com reduzido número de menores de cinco anos, usufruem de melhor qualidade da estimulação no ambiente doméstico. Esse padrão de estimulação se mantém entre crianças convivendo com seus pais, cujas mães