Descrição, narração e dissertação
Descrever é representar verbalmente um objeto, uma pessoa, um lugar, mediante a indicação de aspectos característicos, de pormenores individualizantes para fazer com que o leitor visualize o objeto, isto é, perceba-o vivo, real, transmitindo as emoções do emissor. Na descrição, não ocorre transformação ou alteração temporal: o objeto ou ser descrito permanece imóvel, inalterado. A descrição requer observação cuidadosa, para tornar o que vai ser descrito um modelo inconfundível. Não se trata de enumerar uma série de elementos, mas de captar os traços capazes de transmitir uma impressão autêntica. Descrever é mais que apontar, é muito mais que fotografar. É perceber pelos sentidos, pela captação sensorial (visão, audição, olfato, tato e paladar). Impõe-se, por isso, o uso de palavras específicas, exatas. Os textos descritivos mostram, figurativamente, como são as personagens, objetos, situações ou paisagens. Ao retratar uma personagem – mostrar as características físicas e psicológicas -, a descrição não se detém no que elas estão fazendo. Além disso, costumam trabalham utilizando o aposto, ou seja, fornecendo explicações sobre os aspectos das personagens, objetos ou lugares. Quando se descreve, geralmente usamos termos concretos e verbos de ligação. “Ângela tinha cerca de vinte anos; parecia mais velha pelo desenvolvimento das proporções. Grande, carnuda, sangüínea e fogosa, era um desses exemplares excessivos do sexo que parecem conformados expressamente para esposas da multidão (...) (Raul Pompéia – O Ateneu)
Exemplos: Após o almoço, por volta das 13h, nada acontece no escritório: observo a calma, a tranqüilidade, o quadro na parede, ouço o barulho da rual! (observe que não há alteração temporal)
A primeira que se pôs a lavar foi a Leandra, por alcunha a “Machona”, portuguesa feroz, berradora, pulsos cabeludos e grossos, anca de animal do campo. (O Cortiço –