Desafios do Café de Montanha
Segundo Marx, quanto mais centralizados os meios de produção, maior seria a população trabalhadora no mesmo espaço, sendo assim quanto mais rápido o desenvolvimento capitalista mais habitações e miséria se encontrariam.
Com o desenvolvimento das cidades capitalistas para os burgueses, os mais desfavorecidos perdiam espaço. Cortiços, prédios velhos, moradias em locais indesejados desapareceram para dar lugar ao luxo e as necessidades do povo burguês. O que antes servia de moradia aos pobres agora passava a ser um apêndice da vida burguesa, que não aceitava o proletário como “colega” de vida social.
Cada vez mais as cidades se amontavam nas periferias, a ilusão de uma vida diferente na cidade se consolidava a cada dia para a realidade proletária, as diferenças sociais se tornavam muito visuais, em dois mundos diferentes dentro de uma mesma cidade. Burguesia acumulava riquezas e lucros, transformava a cidade a seu interesse e classe operária apenas voltava para a periferia para um breve descanso até a próxima jornada árdua de trabalho.
A música “Êxodo” da banda cearense “Jumenta Parida”, retrata, implicitamente, numa realidade atual esse efeito colateral do capitalismo, que é o crescimento desordenado das cidades. A letra conta realidade de um nordestino que deixa o sertão em busca de uma vida nova na cidade, carregando consigo a ilusão de “fazer parte da burguesia” enquanto o que a burguesa quer, é mais mão de obra a seu serviço. Realidade, também observada em Vidas Secas de Graciliano Ramos, onde uma família retirante abandona o sertão fugindo da seca rumo a um grande centro e “A Cidade” de Chico Science & Nação Zumbi,