Deriva Continental
O conceito de deriva continental – movimentos de grande proporção sobre o globo – existe há muito tempo. A rigor, esta ideia nasceu com os primeiros mapas do Atlântico Sul a mostrar os contornos da América do Sul e da África. Já em 1620, Francis Bacon (Fig. 1), filósofo inglês, apontava o perfeito encaixe entre estas duas costas como um quebra-cabeça e aventava, pela primeira vez, a hipótese da união destes continentes no passado. Ao final do século XIX, o geólogo austríaco Eduard Suess (Fig. 1) encaixou algumas das peças do quebra-cabeça e postulou que o conjunto dos continentes meridionais atuais formara, certa vez, um único continente gigante, chamado Terra de Gondwana (ou Gondwana).
Figura 1: A – Francis Bacon; B – Eduard Suess; C – Alfred Wegener
A teoria da Deriva Continental propriamente dita remonta ao início século XX, tendo surgido a partir das ideias do alemão Alfred Wegener em 1915 (Fig.1), um acadêmico e explorador, que se dedicava a estudos metereológicos, astrônomos, geofísicos e paleontológicos, entre outros.
Wegener participou de numerosas expedições para a gélida Groenlândia, onde fez importantes observações meteorológicas e geofísicas. De acordo com suas observações, todos os continentes poderiam ter estado juntos, no passado, como um quebra-cabeça gigante, formando um único supercontinente, que ele denominou de Pangea (do latim pan, “todo” e gea, “terra”). Posteriormente a Pangea (Fig. 2) teria se fragmentado, dando origem aos continentes e oceanos que conhecemos hoje.
Figura 2: A Pangea e a sua fragmentação dando origem aos continentes e oceanos que conhecemos hoje
Assim, com a publicação do seu livro A Origem dos Continentes e Oceanos, em 1915 estava criada a teoria da Deriva Continental. Wegener enumerou quatro evidências para a sua teoria:
• Evidências geomorfológicas;
• Evidências Litológicas;
• Evidências Paleontológicas;
• Evidências Glaciais.
Evidências geomorfológicas
Wegener enumerou várias