Depressão e trabalho: Ruptura do laço social
Os primeiros estudos sobre o que viria a ser chamado de depressão foram iniciados na Grécia antiga, Hipócrates denominou de Melancolia um estado de humor que incluía tristeza, desânimo e irritação, essa descrição clínica foi o primeiro diagnóstico para esse estado de humor. A melancolia percorre da idade antiga a idade média sendo aceita e ligada como um estado de espírito da filosofia, das ciências das artes é associada a genialidade. De acordo com Jardim (2011) é a partir da idade moderna que a Melancolia é apropriada pela Psiquiatria como doença pertencente ao conjunto de transtornos de humor, o termo melancolia não se encontra mais nas classificações psiquiátricas cedendo lugar ao termo depressão.
Nas ultimas décadas nota-se a alta incidência de diagnósticos de pessoas com transtornos de humor destes a depressão tem sido destacada como causa principal de incapacidade e afastamento do trabalho, esse fato pode estar ligado às várias mudanças na configuração social ocorridas ao longo dos anos, a crescente urbanização a instabilidade econômica, as mudanças na organização do trabalho e o isolamento social. No contexto do trabalho aponta-se ainda o início de um novo trabalho e o desemprego como fatores responsáveis pelo aumento dessas estatísticas, as condições de trabalho e a insegurança também contribuem para o adoecimento do trabalhador.
Em meio a um sistema extremamente competitivo a depressão torna-se o novo mal do século, uma vez que, os laços construídos estão cada vez mais fracos. Considerando o contexto organizacional a divisão do trabalho, as novas formas de gerenciamento e controle vigentes nas empresas têm cada vez mais estimulado a competitividade entre os funcionários e o individualismo, dessa forma, o trabalhador encontra-se isolado e ainda tem de lidar com a cobrança por resultados eficientes para manter-se no seu posto de trabalho. Frente a esse ambiente instável em que o trabalhador vive um