Democracia representação e partidos políticos
Analisar a questão da democracia no Brasil significa examinar não somente as instituições políticas e as regras existentes, mas também a maneira de se viver a democracia. Pode-se dizer que ela é ainda uma possibilidade, pois as forças de manutenção de práticas antigas são muito grandes.
Democracia e representação política
Como vimos, a democracia pode ser entendida de várias maneiras. Vamos destacar duas delas para examinar como a democracia desenvolveu-se no Brasil.
As regras institucionais – No Brasil, a ampliação da participação política é um processo recente. Os detentores do poder, a serviço de uma minoria, por muito tempo mantiveram a maioria da população fora do processo eleitoral. Só para termos uma idéia, a proclamação da Republica, em 1889, ate 1945, o numero de eleitores foi de somente 5% da população aproximadamente, com pequenas variações. Em 1960, esse índice havia subido para 18%. Em 1980, 47% da população podiam participar das eleições, e em 2006, perto de 70% da população tinha o direito de voto. Isso não significa que esse total de votantes participou efetivamente das eleições. Sempre houve um percentual significativo (de 15% a 20%) de ausências. Ou seja, cem anos se passaram para que a população pudesse participar majoritariamente das eleições no Brasil.
Houve evolução também na consciência do eleitor, em relação ao tempo em que se comprava o voto dos mais pobres. Essa pratica diminuiu gradativamente, à medida que se intensificou o processo de urbanização e diminuiu a pressão dos “coronéis” e seus comandados sobre a população rural, que ainda era maioria em 1960. Contribuiu para essa evolução o desenvolvimento das regras eleitorais e das técnicas de votar, principalmente o voto secreto com cédulas únicas impressas pelo governo central e a introdução de urnas eletrônicas. Colaboraram ainda a fixação das regras mais claras e a fiscalização da Justiça Eleitoral. No entanto, essas mudanças não foram suficientes para acabar com